O Espírito Santo tem se destacado como um promissor polo de inovação e tecnologia no Brasil, com foco especial em negócios de impacto e desenvolvimento sustentável. Esse movimento é impulsionado pela união entre mercado, governo e universidades, que trabalham juntos para criar um ecossistema que facilite o avanço de novos negócios e gere crescimento para toda a região.
O projeto ganhou força há pouco mais de um ano, quando o Governo do Espírito Santo reestruturou a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEAMA) para enfrentar as mudanças climáticas e encontrar soluções que mitiguem seus impactos econômicos e socioambientais. Como resultado, a pasta criou novas subsecretarias, incluindo a de Fomento de Negócios Sustentáveis e Investimentos de Impacto (SUBFNS), integrando a preservação ambiental com o desenvolvimento econômico.
“Todo negócio de impacto parte da inovação”, afirma Eizen Wanderley, subsecretária da SUBFNS. Segundo Eizen, embora o estado possua infraestrutura e recursos estratégicos voltados para apoiar negócios de impacto, muitos empreendedores locais ainda não se reconhecem como parte desse ecossistema ou desconhecem os fundos e programas disponíveis.
Para mudar essa realidade, o governo tem trabalhado na construção de uma narrativa clara sobre o papel desses negócios no desenvolvimento socioeconômico do estado. A subsecretaria também promove ações para conectar empreendedores locais a recursos e parcerias estratégicas, fortalecendo a identidade do ecossistema capixaba.
Políticas públicas para inovação
Uma das principais estratégias do governo capixaba para fomentar o ecossistema de inovação tem sido criar um ambiente regulatório e de apoio financeiro para negócios de impacto. Segundo Eizen, o estado já conta com mais de 10 fundos públicos que podem ser direcionados a esses negócios, como fundos de educação, meio ambiente e infraestrutura.
Além disso, o estado conta com o Fundo Soberano (FUNSES1), criado em 2019 com base nos recursos da exploração de petróleo. O FUNSES1 tem R$ 250 milhões destinados ao apoio de startups, oferecendo recursos e suporte para empresas crescerem e se consolidarem no cenário de inovação.
O Espírito Santo foi o segundo estado do Brasil a criar um comitê estadual de negócios de impacto, atrás apenas do Rio Grande do Norte. Esse comitê busca fortalecer o ecossistema local e atrair novos investimentos e tecnologias.
Hubs de inovação e sustentabilidade
A região também tem investido em ambientes colaborativos, como o Hub ES+ e o Ilhahub. O primeiro é voltado ao desenvolvimento de novas economias, enquanto o segundo foca na Economia Azul, explorando o potencial da economia marítima de forma sustentável. O Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) lançou a Cidade da Inovação, que visa promover soluções transformadoras para o desenvolvimento humano e econômico.
Esses espaços permitem a integração de startups, empresas e instituições de ensino, fomentando a inovação e o desenvolvimento econômico sustentável.
Oportunidades para climate techs
Com o compromisso de neutralizar emissões de gases de efeito estufa até 2050, o Espírito Santo estruturou um Plano de Descarbonização e vê nas climate techs um importante aliado para atingir suas metas. Essas startups desenvolvem soluções tecnológicas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover práticas sustentáveis em diversos setores.
Em parceria com o Findeslab, Bandes e Eletrobrás, o governo promoveu o ClimatechES, evento que reuniu startups de todo o Brasil para apresentar as oportunidades disponíveis no estado.
“Reunir tantos atores do ecossistema para atrair negócios é uma grande conquista”, afirma Priscila Gama, gerente de desenvolvimento de negócios sustentáveis do governo capixaba. O evento foi um marco importante para consolidar parcerias e abrir novas portas para negócios de impacto no Espírito Santo.
Com essas iniciativas, o Espírito Santo fortalece sua posição como um dos polos emergentes de inovação no Brasil, destacando-se pela combinação de desenvolvimento econômico com práticas sustentáveis e de impacto positivo.
